Como interpretar a monocitose?

Como interpretar a monocitose?

Os monócitos são células fundamentais na resposta imune inata. São células altamente versáteis capazes de migrar para o sítio inflamatório e se diferenciar tanto em macrófagos pró-inflamatórios (atuam a favor do processo inflamatório secretando citocinas e quimiocinas que atraem outras células) ou macrófagos anti-inflamatórios (sub-tipo M2, capazes de atenuar a inflamação e exercer o reparo).

Os macrófagos participam ainda da resposta imune adaptativa, ao apresentar antígenos aos linfócitos.

Desta forma, a monocitose é um achado comum causado por uma ampla variedade de condições neoplásicas e não neoplásicas. A avaliação adequada da monocitose envolve a integração de dados laboratoriais, morfologia, achados clínicos e o uso criterioso de testes complementares.

Existem várias causas não neoplásicas de monócitos, só para citar algumas: infecções crônicas, estresse agudo ou trauma, inflamação sistêmica, doenças autoimunes, e reações medicamentosas.

Portanto, quando a contagem de células sanguíneas apresenta monocitose e a causa é desconhecida, é necessária uma investigação cuidadosa e completa do paciente com acompanhamento clínico adequado.

Durante a avaliação morfológica do esfregaço sanguíneo, o analista pode confundir os monócitos com outras células e assim emitir um laudo incorreto, com falsa monocitose. Por isso, é muito importante estar atento as características de coloração e morfologia dos monócitos. No artigo citado abaixo, temos ótimas imagens de monócitos e suas variações morfológicas.

Lynch DT, Hall J, Foucar K. How I investigate monocytosis. Int J Lab Hematol. 2018;40(2):107–14


Helena Zerlotti Wolf Grotto

Professor Associado | Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp

2 a

Muito bom Lázaro ! Essa célula com morfologia tão heterogênea às vezes é um desafio para o microscopista!

Entre para ver ou adicionar um comentário