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Profa Dra Carolina C. Pacca Mazaro Alterações numéricas e morfológicas dos leucócitos Análise: Número aumentado; Número reduzido; Desvio a esquerda → aparecimento de células imaturas. LEUCOGRAMA AS ALTERAÇÕES NUMÉRICAS DOS LEUCÓCITOS: *termo não utilizado devido o número normal de basófilos ser baixo: de 0 a 200/L. Estabelecidas em relação à média referencial para a idade e o estado de saúde do paciente: OBS: As leucopenias e leucocitoses devem-se à variação numérica de um ou de poucos leucócitos. CAUSAS DAS VARIAÇÕES NUMÉRICAS: LEUCOCITOSES: 11.000 a 15.000/mm3 Discreta 15.000 a 20.000/mm3 Moderada 20.000 a 30.000/mm3 Acentuada 30.000 a 45.000/mm3 Reação Leucemóide > 45.000 Maioria dos processos leucêmicos AS ALTERAÇÕES QUANTITATIVA DOS LEUCÓCITOS: ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DOS LEUCÓCITOS Aumento de formas polissegmentadas. (> que 3%) dos neutrófilos do sangue periférico. Siginificado clínico: Deficiência de vitamina B12 e ácido fólico, doenças crônicas (rins e fígado), uremia, drogas citotóxicas Pleocariócitos ou macropolócitos neutrófilos hipersegmentados Aumento de formas jovens dos neutrófilos do sangue periférico. Indica aumento da mobilização das reservas medulares, sob estímulo metabólico. Siginificado clínico: Infecções agudas e sub agudas, hemorragias, toxemias Desvio à Esquerda • É a quebra da hierarquia na liberação dos neutrófilos da reserva granulocítica medular para o sangue • É a única situação em que a avaliação dos valores relativos adquire maior importância, é o parâmetro a ser julgado na interpretação Exemplo de leucocitose com desvio escalonado ➢ Leucometria: 20.000/mm³ ➢ Bastonetes 10% - valor absoluto = 2.000/mm³ ➢ Metamielocitos 6% - valor absoluto = 1.200/mm³ ➢ Mielócitos 2% - valor absoluto = 400/mm³ Desvio Escalonado para Esquerda Desvio à Esquerda SegmentadoBastoneteMetamielócitoMielócitoPromielócitoMieloblasto ssssss s Hiato Leucêmico Desvio à Esquerda SegmentadoBastoneteMetamielócitoMielócitoPromielócitoMieloblasto Infecção bacteriana Estímulo do setor granulocítico da medula óssea Neutrofilia com Desvio a Esquerda * Recrutamento dos neutrófilos marginais e circulantes para ação tecidual Leucopenia (Fase Inicial) * Escalonado ➢ Intensidade da Neutrofilia depende de fatores de virulência das bactérias, idade e estado de saúde do individuo ➢ Desvio à esquerda é frequente Infecções bacterianas e processos inflamatórios agudos ➢Frequentemente há leucocitose com desvio à esquerda geralmente escalonado ➢Alterações morfológicas que acompanham os quadros infecciosos bacterianos são notadas principalmente nos granulócitos, em que alguns deles exibem granulações tóxicas, vacuolização e ocasionalmente corpos de Döhle nos casos de maior gravidade. ➢É possível também a observação de linfócitos atípicos em número aumentado. ➢ Resposta imune exacerbada ➢ Pode ser confundido com processos leucêmicos ➢ Infecções bacterianas – presença de granulações tóxicas, vacuolização e Corpos de Dohle ➢ Fosfatase Alcalina aumenta em processos infecciosos Infecção viral Resposta Imune com ativação de linfócito Aumento de linfócitos atípicos ➢Linfocitose ➢Rouleaux eritrocitário ➢Linfócitos atípicos (> 5% da fórmula leucocitária) ➢Desvio à esquerda - incomum Infestação parasitária Resposta Th2 com produção de IL4/5 Eosinofilia ➢Leucocitose de intensidade variável ➢Eosinofilia relativa e absoluta ➢Anemia ferropriva associada ao quadro (comum) ➢Aumento das concentrações de IgE ↑ IgE Presença do Alergeno Resposta Th2 com produção de IgE Eosinofilia ➢Leucocitose de intensidade variável ➢Eosinofilia relativa e absoluta ➢Desvio a esquerda é incomum Degranulação dos mastócitos ANORMALIDADES MORFOLÓGICAS DOS LEUCÓCITOS ➢ Granulações tóxicas ➢ Corpos de Döhle ➢ Vacúolos citoplasmáticos ➢ Célula de Mott ➢ Anomalia de Pelger-Huët ➢ Anomalia de Alder-Reilly ➢ Anomalia de May-Hegglin ➢ Anomalia de Chediak-Higase CARACTERISTICAS: Presença de grânulos imaturos de mucopolissacarídeos com coloração azurófila no citoplasma OCORRÊNCIA: ➢ Infecções ➢ Inflamações ➢ Gravidez ➢ Anemia aplástica LAUDO: Granulações tóxicas em ___ % dos neutrófilos. ORIGEM: Maturação incompleta do neutrófilo associada à liberação na corrente sangüínea Célula afetada: NEUTRÓFILOS Características morfológicas: Corpúsculos azuis-claros na periferia do citoplasma Origem: Inclusões basofílicas de RNA desnaturada no citoplasma. Formado pelo empilhamento de retículo endoplasmático e grânulos de glicogênio. Ocorrência: Infecções, inflamações, queimaduras, gravidez, agentes citotóxicos (quimioterápicos). Características associadas: Alterações tóxicas e elevação reativa dos neutrófilos Célula afetada: NEUTRÓFILOS/MONÓCITOS Características morfológicas: Estruturas circulares sem fixação de coloração distribuídas unitariamente ou em número variável. Origem: Resultante da fusão de grânulos com vacúolo fagocitário. Ocorrência: Infecções, intoxicação alcoólica, intoxicação por benzeno Artefato: Provocado por anticoagulante. Laudo: Vacúolos citoplasmáticos em xx % dos Neutrófilos e ou monócitos. Ocorrência: Doença de Jordan, doença de Tay-Sachs e Mucopolissacaridoses (doenças genéticas) Causas: Alterações metabólicas com excessiva formação de lipídeos no citoplasma Na doença de Tay-Sachs ocorre retardo mental, flacidez muscular e estado vegetativo. A morte é comum na infância Anomalia benigna dos Neutrófilos ➢ Padrão de herança autossômico Características: ➢ Cromatina grosseira e núcleos em forma de bastão, bilobulado em halteres semelhante a óculos “Ray-ban” no sangue periférico. ➢ Durante processo infeccioso aparece neutrófilos não segmentados com núcleo redondo ou ovais. Herança: Rara, autossômica dominante. Características associadas: A anomalia é benigna e não tem significado clínico. As células afetadas não se mostram funcionalmente anormais. ➢ Assemelham-se a corpos de Döhle, porém são maiores, localizados próximo ao centro do citoplasma ➢ Coram-se intensamente ➢ Doença rara, autossômica-dominante. Características associadas: Trombocitopenias e plaquetas gigantes Embora alguns pacientes apresentem manifestações hemorrágicas, a maioria dos indivíduos afetados não apresenta anormalidades clínicas. Inclusões basofílicas no citoplasma Características: Presença de grânulos coloração púrpura intensa nos neutrófilos. Célula afetada: Neutrófilos, linfócitos e monócitos. Características associadas: A anomalia é benigna e não tem significado clínico. As células afetadas não se mostram funcionalmente anormais. Herança: Rara, autossômica recessiva Características morfológicas: Grânulos enormes, com cores variáveis de cinza a vermelho. Célula afetada: Todos os leucócitos Gigantismo congênito dos grânulos de peroxidase Características associadas: Anemia, neutrofilia, trombocitopenia, icterícia. Origem: Grânulos primários anormais causados por rara doença autossômica recessiva, que provoca: albinismo óculo-cutâneo parcial, infecções recorrentes e sangramentos. Artefato de coloração Presença de água no metanol Aguda Crônica Origem Mielóide Origem Linfóide Leucemia Mielóide Aguda (LMA)Leucemia Linfóide Aguda (LLA) Leucemia Mielóide Crônica (LMC) Leucemia Linfóide Crônica (LLC) Leucemia mielóide aguda (LMA) Leucemia mieloide aguda Infiltração da MO por mieloblastos Leucocitose com predomínio de Mieloblastos Insuficiência Medular Anemia normo/normo, plaquetopenia e neutropenia Leucemia mielóide aguda (LMA) ➢ Leucocitose moderada a acentuada (> 50.000 cel/mm3) acompanhada de anemia e plaquetopenia na maioria dos casos. ➢ Predomínio de mieloblastos, mas sem desvio à esquerda, por vezes nota-se uma estrutura característica dessa célula: o bastonete de Auer Leucemia Linfóide Aguda (LLA) Leucemia linfóide aguda Substituição da MO por Linfoblastos Bicitopenia / Pancitopenia + Linfoblastos circulantes ➢ Neoplasia mais frequente na infância; ➢ Leucometria normalmente inferior a 10 x 106 cel/dL – 20% dos casos cursam com valores acima de 100 x 106 cel/dL ➢ Linfoblastos circulantes frequentes; ➢ Anemia, quando presente, normo/normo ➢ Plaquetometria geralmente abaixo de 50 x 103 cel/mm3 Leucemia Linfóide Aguda (LLA) Leucemia Mielóide Crônica (LMC) (9;22) Gene BCR- ABL Proliferação do setor mieloide da MO (série granulocítica) ↑ Granulócitos maduros e precursores no SP ➢ Alteração genétia do Cromossomo Philadelphia - translocação do entre cromossomos 9 e 22; ➢ Leucocitose acentuada ( > 50 x 106 cel/dL) – predomínio de granulócitos ➢ Desvio à esquerda (escalonado ou não) ➢ Basofilia e Eosinofilia ➢ Anemia, quando presente, normo/normo de intensidade leve a moderada ➢ Plaquetose - 600 x 103 cel/mm3 Leucemia Mielóide Crônica (LMC) Diagnostico diferencial por Citogenética Leucemia linfoide crônica Proliferação de Linfócitos neoplásicos na MO e tecido linfóide Linfocitose proeminente Adenomegalias generalizadas Leucemia Linfóide Crônica (LLC) ➢ Mais frequente em idosos; ➢ Leucometria – leucocitose variando de 10 a 150 x 106 cel/dL ➢ Predomínio de Linfócitos pequenos circulantes – não funcionais; Leucemia Linfóide Crônica (LLC) Caracteriza-se laboratorialmente pela presença de leucocitose com linfocitose, em que predominam linfócitos pequenos de morfologia aparentemente madura. Não há grande variabilidade morfológica entre os linfócitos, sendo que a principal alteração é o aumento do número dos mesmos, além da presença de sombras nucleares. EXEMPLO 01: Limites referenciais para adultos Leucograma 1 Leucócitos 4.000-10.000 /mm3 Leucócitos 9.000 /mm3 Fórmula % /mm3 Fórmula % /mm3 Neutrófilos 45-70 1.700-8.000 Neutrófilos 38,6 3.474 Linfócitos 20-50 1.200-3.500 Linfócitos 20,3 1.827 Monócitos 2-10 80-800 Monócitos 4,2 378 Eosinófilos 0-7 20-500 Eosinófilos 35,7 3.213 Basófilos 0-3 0-100 Basófilos 1,2 108 Apesar do no total normal no leucograma 1 a fórmula leucocitária está alterada por eosinofilia absoluta e relativa (verminose?). EXEMPLO 02: Leucogramas 2 e 3 dentro dos valores referenciais. Embora o leucograma 3 apresente valores baixos representa provavelmente o normal do paciente pois a fórmula leucocitária está normal. Limites referenciais para adultos Leucócitos 4.000-10.000 /mm3 Fórmula % /mm3 Neutrófilos 45-70 1.700-8.000 Linfócitos 20-50 1.200-3.500 Monócitos 2-10 80-800 Eosinófilos 0-7 20-500 Basófilos 0-3 0-100 Leucograma 2 Leucograma 3 Total 9.600 /mm3 Total 3.800 /mm3 % /mm3 % /mm3 NEU 63,0 6.048 NEU 54,3 2.063 LIN 25,2 2.419 LIN 33,7 1.280 MON 6,7 643 MON 6,1 232 EOS 5,0 480 EOS 5,7 216 BAS 0,1 9 BAS 0,2 7 Leucograma 2 indivíduo caucasiano Leucograma 3 indivíduo negro. EXEMPLO 03: Leucograma 4 apresenta linfopenia relativa. Leucograma 5 apresenta linfocitose relativa. Ambos possuem um no normal de linfócitos (1.400). O dado realmente alterado em ambos é o no de neutrófilos. O leucograma 4 apresenta neutrofilia. O leucograma 5 apresenta neutropenia. A única eventualidade em que o valor percentual tem sentido interpretativo é no no de bastões observados caracteriza o desvio à esquerda. Leucograma 4 Leucograma 5 Total 20.000 /mm3 Total 2.000 /mm3 % /mm3 % /mm3 NEU 90,0 18.000 NEU 20,0 400 LIN 7,0 1.400 LIN 70,7 1.400 MON 2,0 400 MON 8,0 160 EOS 1,0 200 EOS 2,0 40 BAS 0 0 BAS 0 0 Limites referenciais para adultos Leucócitos 4.000-10.000 /mm3 Fórmula % /mm3 Neutrófilos 45-70 1.700-8.000 Linfócitos 20-50 1.200-3.500 Monócitos 2-10 80-800 Eosinófilos 0-7 20-500 Basófilos 0-3 0-100 EXEMPLO 04: Mononucleose Infecciosa 9 dias depois % Leucócitos/µL 3.600 % Leucócitos/µL 14.700 Mielócitos 0 0 0 0 Neut. Bastão 15.0 540 7.0 1.029 Neut. Segm 14.7 529 15.0 1.911 Linfócitos 54.6 1.966 67.0 9.849 Monócitos 11.6 418 9.0 1.323 Eosinófilos 2.2 79 2.0 294 Basófilos 0.9 32 0 0 Plasmócitos 1.0 36 2.0 294 Peritonite 24 horas depois % Leucócitos/µL 24.300 % Leucócitos/µL 2.800 Mielócitos 3.0 729 5.0 140 Neut. Bastão 35.9 8.505 56.0 1.568 Neut. Segm 54.0 13.122 13.0 364 Linfócitos 3.0 729 8.0 224 Monócitos 5.0 1.215 18.0 504 Eosinófilos 0 0 0 0 Basófilos 0 0 0 0 VALORES DE REFERENCIA % Leucócitos/µL 3.600 A 11.000 Neut. Segm 40-70 1500 A 6800 Linfócitos 20-50 1000 a 3800 Monócitos 2 – 10 100 a 800 Eosinófilos 1 - 7 50 – 400 Basófilos 0 – 3 0 – 200 VIRAL X BACTERIANA Atuação dos mediadores inflamatórios no tecido hepático Auxiliam na adaptação metabólica sistêmica Diminuição: Albumina, paraoxonase Aumento: Proteína C Reativa (PCR), ceruloplasmina, haptoglobina ➢ É uma proteína de fase aguda, pentamérica, produzida pelo fígado em resposta às citocinas, como a IL-6 . ➢ A PCR está sendo considerada como marcador padrão-ouro para a inflamação. ➢O nível de PCR pode refletir o grau de resposta inflamatória oculta e ser uma medida útil para a lesão imune tecidual. ➢ Está presente nas placas de aterosclerose e ausente nas paredes dos vasos normais, indicando participação no mecanismo aterogênico. A determinação laboratorial da PCR como marcador inflamatório indicada em variadas situações clínicas, como: 1. A monitorízação da resposta terapêutica à antibioticoterapia em infecções bacterianas; 2. A ruptura prematura de membranas e o risco de desenvolver infecção intra-uterina em pacientes obstétricas; 3. O acompanhamento da resposta terapêutica na artrite reumatóide; 4. A detecção precoce de complicações pós-operatórias; 5. O diagnóstico diferencial entre infecção e rejeição em pacientes submetidos a transplante de medula. Existe um consenso no qual um valor de PCR acima de 0,5 mg/dL é indicativo da presença de processo inflamatório agudo ou crônico. Sangue colhido com anticoagulante Eritrócitos sedimentam Plasma se deposita na parte superior Eritrosedimentação VHS É a velocidade com que os eritrócitos se separam do plasma em uma unidade de tempo (60 ou 120 minutos), agregando-se umas às outras e determinando a sedimentação. Teste Inespecífico Amplamente empregado Sua variação é, quase sempre, sinal de alteração orgânica ou de enfermidade Artrite reumatóide Polimialgia reumática Linfomas Lúpus eritematoso Tuberculose Processos inflamatórios, infecciosos e neoplásicos Acompanhar o curso evolutivo de certas doenças ERITROSEDIMENTAÇÃO - MECANISMO Fenômeno de rouleaux ou empilhamento das hemácias; observa-se que as hemácias se dispõem semelhante a pilhas de moedas Acontece pela agregação de hemácias e consequente formaçãode rouleaux A formação em rouleaux é limitada pela carga negativa dos eritrócitos, que se repelem e não se agregam. Essa força repulsiva eletrostática, chamada potencial zeta é produzido por uma intensa carga negativa em nível da superfície os eritrócitos. ERITROSEDIMENTAÇÃO - MECANISMO O efeito repulsivo dessa carga de superfície é modificado pelas proteínas plasmáticas circundantes. As macromoléculas como o fibrinogênio e as gamaglobulinas afetam o coeficiente dielétrico do plasma (aumentam o VHS). Logo, quando as concentrações dessas proteínas séricas aumentam, elas diminuem o potencial zeta entre os eritrócitos, permitindo maior formação em rouleaux, levando a uma velocidade de sedimentação mais acelerada. FATORES QUE AFETAM O VHS ✓ A temperatura do local de teste deve ser mantida constante (20 a 250C) enquanto o teste está sendo realizado; baixas temperaturas diminuem a velocidade de hemossedimentação; ✓O tubo de sedimentação deve ser mantido exatamente na vertical; mesmo poucos graus de inclinação podem afetar significativamente a VHS; ✓O teste deve ser feito em uma bancada livre de vibrações.; ✓Pipeta mal lavada BOA TARDE!!!!
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